quinta-feira, 30 de julho de 2009

Macaé terá metrô de superfície

30/07/2009 - O Globo

O município de Macaé vai implantar, até 2012, um sistema de metrô de superfície. O acordo será assinado hoje pela prefeitura local, ANTT, ferrovia Centro-Atlântica (FCA) e Secretaria estadual de Transportes. A linha, de 23 quilômetros, cortará a cidade de norte a sul. Calcula-se que mais de seis mil pessoas vão utilizar o serviço diariamente. Além da melhoria do transporte urbano, a expectativa é de que as estações ferroviárias tornem-se áreas de lazer.

O projeto exigiu longa negociação com a FCA, que pertence à Vale. A concessionária teve de liberar o uso da linha férrea para o transporte de passageiros. O transporte de cargas, operado pela empresa, passará a ser feito à noite. O investimento inicial nos veículos leves sobre trilhos (VLT) e no material rodante é estimado em R$ 20 milhões. “A prefeitura deve firmar uma PPP para operar o sistema”, diz o secretário de Transportes do estado, Julio Lopes.


sábado, 25 de julho de 2009

Plano de BRT em Belo Horizonte

Obras. Projeto orçado em R$ 600 milhões promete melhorar o fluxo do transporte coletivo na capital

Prefeitura assina parceria para implantar ônibus rápidos
Intervenções fazem parte do plano de mobilidade para a realização da Copa


Thiago Lemos

Em busca de alternativas para melhorar o trânsito na cidade, em virtude da Copa do Mundo de 2014, a Prefeitura de Belo Horizonte assinou ontem, durante o Seminário de Mobilidade Urbana, um convênio de cooperação técnica para implantar corredores rápidos de ônibus (Bus Rapid Transit - BRT) nas principais avenidas da capital. O projeto, orçado em cerca de R$ 600 milhões, foi acordado pelo município e o Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP) e segue modelos de cidades como Curitiba (PR) e Bogotá (Colômbia).

A obra irá agilizar o transporte coletivo urbano, criando faixas exclusivas de trânsito e plataformas de embarque e desembarque (veja arte). Durante a primeira fase, as intervenções serão feitas nas avenidas Antônio Carlos e Pedro I, com previsão de conclusão para o fim de 2012. A segunda etapa inclui, entre outras, as avenidas Carlos Luz e Pedro II. As vias receberão prioridade por darem acesso ao estádio Mineirão.

Segundo o presidente da BHTrans, Ramon Victor Cesar, o processo de licitação para a realização do projeto executivo do primeiro trecho, orçado em R$ 1,7 milhão, já foi iniciado e até o fim de agosto sairá o vencedor. "A empresa que vencer a licitação terá um prazo de nove meses para a entrega do projeto de engenharia, que vai definir, por exemplo, quantas estações serão construídas e em quais pontos", explicou Ramon.

A primeira fase da obra prevê a implantação do BRT a partir da avenida Vilarinho, passando pela Pedro I e a Antônio Carlos até chegar a rodoviária. Ao todo serão 27 km. A BHTrans informou que já foi contratado um projeto para receber e otimizar as linhas de ônibus que circularão pela região central.

Mas a realização dessa primeira etapa depende da conclusão da ampliação da avenida Pedro I. De acordo com a assessoria da Secretaria Municipal de Políticas Urbanas, a reforma está em fase de licitação.

A concorrência pública para a criação do projeto que envolvem as avenidas Carlos Luz e Pedro II deve sair até o fim do ano.

Metrô. Ainda segundo o presidente da BHTrans, no fim das obras, a intenção é que a implantação dos corredores de trânsito se encaixem com a construção da linha 3 do metrô, que prevê a implantação do trecho que vai da Savassi até a Lagoinha. O BRT faria o transporte da Lagoinha até o estádio Mineirão. "A ideia é que o complexo da Lagoinha vire um grande ponto de integração", concluiu.

Seminário

Mobilidade. Durante o encontro também foram discutidos o planejamento de transporte por bicicleta, com a criação de ciclovias; melhorias em acessibilidade e nas condições para pedestres.

Corredor rápido de ônibus







PAC

Recursos dependem da União
Segundo o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, a verba para a implantação do projeto está dentro da pauta de reivindicações do PAC da Mobilidade, que está previsto para ser divulgado na segunda quinzena de agosto. Durante o encontro em Brasília, o prefeito vai cobrar mais investimentos para o metrô.

Diante da dificuldade da prefeitura em relação à verba para a construção do metrô, a implantação do BRT deve ser a principal intervenção no que se refere à mobilidade para a Copa de 2014. A opção pelo uso do BRT se deve ao fato do baixo custo para a implantação. Enquanto um quilômetro do metrô custa cerca de US$ 100 milhões, a mesma distância pelo sistema alternativo chega a US$ 10 milhões. (TL)
Publicado em: 18/07/2009
http://www.otempo.com.br/otempo/noti...dTipoNoticia=1

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Lançado o 1º ônibus movido a hidrogênio da América Latina

O projeto foi coordenado pelo Governo do Estado de São Paulo. Veículo carregará passageiros a partir de agosto deste ano.



Foi lançado nesta quarta-feira (1º/7) o primeiro ônibus movido a hidrogênio da América Latina. O ônibus ecológico permite que o veículo devolva ao meio ambiente vapor de água ao invés de resíduos poluentes. O protótipo do ônibus circulará em testes com passageiros na Região Metropolitana de São Paulo a partir de agosto deste ano. Outros três veículos iguais a esse serão incluídos no sistema a partir de 2010.

O governador do Estado de São Paulo, José Serra, entregou oficialmente o primeiro ônibus a hidrogênio na sede da EMTU/SP (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos), em São Bernardo do Campo (SP). Ele ressaltou que o Brasil passa a fazer parte de um seleto grupo de cinco países que dominam a tecnologia e que têm ônibus movidos a hidrogênio. “Também é importante salientar que nós somos o único, entre estes países, que detém uma tecnologia híbrida, como segunda opção para o ônibus a hidrogênio: a eletricidade”, afirmou o governador.

Participaram do evento o secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella Pereira, e o presidente da EMTU, Julio de Freitas Gonçalves. Também estiveram presentes na cerimônia o Diretor do Departamento de Gás Natural do Ministério de Minas e Energia, Marco Antônio Martins Almeida; os representantes do Global Environment Facility (GEF), Zhihong Zhang, e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Carlos Castro; o diretor da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) Laércio de Sequeira; o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, entre outros.

A EMTU/SP é a coordenadora nacional do projeto, que tem direção do Ministério das Minas e Energia e conta com recursos do GEF, aplicados por meio do PNUD e do Finep. O projeto e a fabricação do ônibus foram desenvolvidos por um consórcio formado por oito conceituadas empresas, nacionais e internacionais, coordenado pela EMTU/SP.

Com a construção do primeiro veículo deste tipo na América Latina, o Brasil passa a ter posição global de destaque ao lado dos Estados Unidos, da Alemanha e da China, por deter a tecnologia e a capacidade de fabricar um ônibus de transporte de passageiros com o uso desse combustível. O projeto prevê a fabricação de mais três veículos, mais a montagem da estação de produção de hidrogênio e abastecimento dos ônibus, em São Bernardo do Campo, com o apoio técnico da Petrobrás, da BR Distribuidora e da AES Eletropaulo.

O PROJETO

O projeto brasileiro começou há 15 anos quando a EMTU, empresa do Governo de São Paulo vinculada à Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos, e o Ministério das Minas e Energia iniciaram os estudos para o uso do hidrogênio como combustível em ônibus urbanos. O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento reconheceu a importância do projeto e destinou recursos do Global Environmental Facility para financiá-lo. O ministério também ajudou no financiamento com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos. Para o desenvolvimento de todo o projeto foram destinados US$ 16 milhões.

A EMTU/SP será responsável pelo acompanhamento e avaliação do desempenho dos veículos que circularão nas 13 linhas do Corredor Metropolitano ABD (São Mateus / Jabaquara), operado pela concessionária Metra.

Esse corredor é ideal para o experimento, pois apresenta alta demanda. São cerca de 270 mil passageiros por dia, com o sistema viário totalmente dedicado para a operação dos ônibus a hidrogênio. Por estarem em uma via segregada, os veículos poderão desenvolver velocidade média superior a 25 km/h e atingir rapidamente a quilometragem que permite avaliar seu desempenho de forma mais apropriada. Esse trabalho será feito até 2011 com os quatro ônibus previstos no projeto. Após o período de testes, os veículos serão incorporados à frota operacional do corredor.


COMO FUNCIONA

O Ônibus Brasileiro a Hidrogênio é movido à tração elétrica. O processo de propulsão (movimentação) do veículo ocorre quando o hidrogênio armazenado nos tanques do ônibus é introduzido na célula a combustível. Lá ocorre um processo eletroquímico que produz energia elétrica por meio da fusão do hidrogênio com o oxigênio do ar, liberando água como subproduto.

O sistema de célula a combustível não produz nenhum tipo de poluente. É diferente dos ônibus com motor a diesel, no qual a energia térmica é transformada em energia mecânica, ao mesmo tempo em que o combustível queimado gera resíduos poluentes.

A energia elétrica, depois de acondicionada, movimentará o motor elétrico de tração (similar ao de um trólebus), instalado no eixo traseiro do ônibus, gerando energia mecânica.

O ônibus é híbrido (célula a combustível a hidrogênio + três baterias de alto desempenho) e possui autonomia de rodagem de 300 km com o uso do hidrogênio. Se necessário, consegue rodar mais 40 km utilizando a energia reservada nas baterias. Pode ser operado exclusivamente com as células a combustível, somente com as baterias ou utilizar os dois sistemas simultaneamente.

O veículo tem capacidade para armazenar 45 kg de hidrogênio em nove tanques e sua média de consumo é de 15 kg de hidrogênio a cada 100 km percorridos.

PARCEIROS

A assinatura do contrato de fornecimento do primeiro ônibus e de toda a infraestrutura necessária ocorreu em maio de 2006, quando o projeto passou a contar com parceiros nacionais e internacionais capacitados para garantir a fabricação dos ônibus no país. São eles:

AES ELETROPAULO (Brasil) – especificação da sub-estação; conexão; qualidade e disponibilidade de energia;

BALLARD POWER SYSTEMS (Canadá) – design, desenvolvimento e fabricação da célula a combustível;

EPRI INTERNATIONAL (EUA) – gerenciamento do projeto e líder do consórcio;

HYDROGENICS (Canadá) – fabricante do eletrolisador e equipamentos da estação de abastecimento de hidrogênio;

MARCOPOLO (Brasil) – fabricante da carroceria e seus componentes;

NUCELLSYS (Alemanha) – desenvolvimento, fabricação e engenharia de aplicação dos sistemas de célula a combustível;

PETROBRAS DISTRIBUIDORA (Brasil) – integradora e operadora da estação de abastecimento de hidrogênio;

TUTTOTRASPORTI (Brasil) - integradora do ônibus completo e fabricante do chassi e do software de controle veicular.


Assessoria de Imprensa

Primeiro ônibus movido a hidrogênio construído no Brasil é apresentado em São Paulo



O primeiro ônibus movido a hidrogênio construído no Brasil, que começará a circular em agosto, foi apresentado hoje (1º) na capital paulista. A tecnologia, até agora, só foi desenvolvida em quatro país: Alemanha, China, Estados Unidos e Japão. O veículo deverá circular inicialmente no Corredor Metropolitano ABD, que liga São Mateus a Jabaquara, na região metropolitana de São Paulo.

Na maioria dos aspectos, o veículo parece um ônibus normal – a diferença é uma saliência na parte exterior do teto, onde ficam os tanques de hidrogênio. Além disso, é muito mais silencioso do que os ônibus convencionais, como verificou a reportagem da Agência Brasil durante o passeio inaugural para jornalistas.

A Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU), coordenadora do projeto, avaliará o desempenho do primeiro veículo para corrigir possíveis falhas nos outros três ônibus que deverão entrar em funcionamento no primeiro trimestre do próximo ano. Eles também deverão atuar nas 13 linhas do corredor ADB.

Os veículos são abastecidos com o combustível extraído pela eletrólise da água – separação do hidrogênio do oxigênio com o uso de eletricidade. O gás é usado para gerar a eletricidade que movimenta os ônibus e, após a combustão, o escapamento emite apenas vapor de água. Desse modo, o veículo não emite poluentes.

Os 45 quilos de hidrogênio que podem ser armazenados nos nove tanques presentes no protótipo dão ao veículo autonomia de cerca de 300 quilômetros. O sistema conta ainda com baterias que armazenam energia excedente produzida pelas células de hidrogênio e pela frenagem, o que pode levar o veículo percorra mais 40 quilômetros.

O custo do projeto de desenvolvimento e construção dos quatro ônibus, mais uma usina de produção de hidrogênio, que deverá ser instalada em São Bernardo do Campo (SP), é de R$ 38 milhões. O projeto tem apoio do Ministério de Minas e Energia, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), da Global Environment Facility (GEF) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

O novo ônibus “já passou por todos os testes que são normais na indústria automobilística”, garantiu o gerente de desenvolvimento da EMTU, Carlos Zundt, em relação à segurança do veículo. “É mais fácil ter um problema em um ônibus a diesel do que em um ônibus como esse”, afirmou.

Quanto aos custos, Zundt disse que podem ser construídos outros veículos com preço semelhante ao de um trolleybus (ônibus elétrico), aproximadamente R$ 2 milhões. O preço pode cair até 20%, caso haja produção em escala maior. Segundo ele, peças importadas, como os tanques e as células de hidrogênio, são mais baratas quando compradas em maior quantidade. Ele ressaltou, no entanto, que é preciso haver mais demanda para que se pense em aumentar a produção.

De acordo com o governador de São Paulo, José Serra, com o funcionamento dos ônibus nos próximos meses, poderá ser avaliada a relação custo-benefício do projeto e uma possível expansão no futuro. “Vamos agora ter essa experiência para fazer uma análise econômica e financeira mais precisa”, disse Serra.

Agência Brasil