Publicada em 23/02/2010 às 20h55m
O Globo - 23/02/2010RIO - Após 40 minutos de paralisação, a Linha 1 do metrô voltou a funcionar normalmente na noite desta terça-feira. De acordo com o Metrô Rio, por volta das 19h15m, uma composição da Linha 2 que ia para a Pavuna apresentou problemas no sistema de ar comprimido, responsável pela locomoção, e parou na estação Central do Brasil, bloqueando a passagem das composições que seguiam em direção à Zona Norte. A falha atingiu também toda a Linha 1: além da paralisação ocorrida nas estações do Centro, na Zona Sul os carros tiveram que reduzir a velocidade, provocando intervalos maiores.
O sindicato dos metroviários apontou falhas na manutenção das composições como a principal razão dos transtornos. O diretor-executivo da entidade, Elias José Alfredo, alertou para o risco de uma tragédia.
A qualquer momento, pode ocorrer um acidente no metrô
- Quando o metrô ainda era estatal, 80% da mão de obra do departamento de manutenção era preventiva. Hoje, é o contrário, apenas 20% dos operários trabalham na prevenção. A qualquer momento, pode ocorrer um acidente no metrô. O sistema de ar-condicionado também está cada vez mais deficitário: 36 cabines de condutores não contam com refrigeração, assim como alguns vagões.
(Teve problemas com trens ou metrô? Mande seu registro para o Eu-Repórter)(Leitor mostra fungos em vagão do Metrô Rio)Quem queria ir para a Zona Sul encontrou bloqueadas as roletas das estações da Cinelândia à Central. A medida foi tomada por questão de segurança, segundo a concessionária Metrô Rio. Mesmo assim, houve princípios de tumulto e discussão entre usuários e funcionários, principalmente na Central. Os alto-falantes informavam apenas que o sistema estava "em processo de normalização".
- Ficamos parados 40 minutos dentro do trem na Uruguaiana e ninguém informava nada. Já evito pegar o metrô na Central de manhã por causa da lotação dos trens. E agora esse problema - reclamou Neide Ferreira, que, com a filha de 10 meses no colo, seguia do Flamengo para a Central.
Passageiros andam a pé pelos trilhosAlguns passageiros contaram que foram obrigados a desembarcar entre as estações de São Cristóvão e Central, seguindo a pé, pelos trilhos, até as plataformas. A concessionária negou que usuários tenham precisado caminhar pelos trilhos.
Uma passageira que saíra de Copacabana contou que o trem em que viajava ficou parado dez minutos entre as estações da Presidente Vargas e da Central. Em seguida, a composição retornou para a Presidente Vargas, onde a espera foi de mais 40 minutos.
- Comecei a ficar nervosa, quase em pânico - disse Márcia Dimas.
Os usuários nas plataformas da estações também ficaram tensos com a espera e a falta de informação. A arquiteta Aline Gama desistiu de esperar o metrô na Central por causa do calor. De acordo com a concessionária, quem optasse por não viajar poderia ter o bilhete de volta.
Edir Maria da Conceição, que saíra do trabalho num hospital do Centro, acabou decidindo pegar um trem da SuperVia para a Pavuna:
- Resolvi pegar o metrô porque um colega me avisou que o trem estava com problema. Vim para cá (Central) e me dei mal.
Mais cedo, na Central do Brasil, um problema na sinalização do pátio interrompeu a saída de trens da estação. Passageiros que ficaram presos por cerca de dez minutos dentro de um trem do ramal de Santa Cruz entraram em confronto com policiais militares. Segundo usuários, que tiveram de caminhar a pé pela linha férrea de volta à Central, a polícia teria usado gás de pimenta contra eles.
Também nesta terça-feira, a Agetransp deu prazo de 15 dias para que o Metrô Rio solucione os problemas operacionais da Linha 1A. Os passageiros do metrô tem sofrido com a superlotação, os intervalos irregulares e problemas de manutenção. Caso a concessionária não consiga corrigir as falhas, a agência reguladora vai pedir que a conexão volte a ser feita na estação Estácio, como era antes da inauguração da ligação direta Pavuna-Botafogo.
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