terça-feira, 29 de setembro de 2009

Metrô SP

ESCRITO POR REDAÇÃO WEBTRANSPO: ELIZABETE VASCONCELOS / FOTO: DIVULGAÇÃO GOVERNO DE SP / 29.9.2009 / 10H05 | Imprimir | E-mail
Metrô de SP já não é o mesmo; panes e lotação assombram os passageiros

Passageiros reclamam, mas ainda preferem os trens no lugar dos ônibus

Metrô de São Paulo vive momento de superlotação

O empurra-empurra e a superlotação não são mais novidade no dia-a-dia dos 3,3 milhões de pessoas que utilizam o sistema de metrô de São Paulo todos os dias. Desde a integração do Bilhete Único ao sistema, o índice de passageiros só tem crescido.

Mas este fator não é o único que vem desagradando os usuários do sistema. As panes têm atrapalhado a vida dos paulistanos. Para se ter uma ideia, apenas neste ano ocorreram 11 problemas no metrô, o mais recente aconteceu na última semana, quando um dos vagões de um trem que estava na estação da Sé, em direção ao bairro do Jabaquara, apresentou um princípio de incêndio.

Além disso, outro aspecto, o climático, afeta a rotina do metrô. Com isso, a terra da garoa sofre toda vez que o tempo é de chuva. Atualmente, cada trajeto do metrô tem velocidade média diferente em dias secos: a linha 1 (Azul / Jabaquara - Tucuruvi) percorre os trilhos a 33 quilômetros por hora; a linha 3 (Vermelha / Barra Funda - Itaquera), a mais rápida, chega a até 42 quilômetros. No entanto, em dias de chuva, a velocidade média cai para 23 e 30 quilômetros por hora, respectivamente.

Estação Sé é alvo das principais reclamações

E quem sofre com tudo isso são os usuários. A estudante Carinne Sandes, que usa o metrô todos os dias para chegar ao estágio, relata que toda vez que um desses percalços acontece, lá se vai muito tempo na plataforma ou dentro do vagão.

“O metrô vive cheio. Às vezes é necessário esperar a passagem de vários trens para poder embarcar. Além disso, quando acontece algum problema, que faz com que o trem ande com a velocidade reduzida, chego atrasada no trabalho”, comenta.

A auxiliar de enfermagem Katia Sousa também reclama. “Para mim, o metrô chegou no extremo. Pelo menos na linha que eu uso (Azul) não tem uma estação que fique vazia. O trem já vem cheio da Sé”, aponta.

E continua: “tudo bem que o tempo de espera não é grande (aproximadamente três minutos), mas com a quantidade de gente que usa o metrô para se locomover é insuficiente para atender a todos. Talvez, uma solução seria colocar mais trens em operação”.

No entanto, questionadas se trocariam o metrô por outro meio de locomoção, Carinne e Katia foram categóricas ao dizer que isso não está em cogitação. “Tudo bem que o metrô está muito cheio e que alguns problemas atrapalham a operação, mas, ainda assim, ele é bem melhor que os ônibus, que além de lotados ficam presos nos congestionamentos”, explica a auxiliar de enfermagem.

Carinne relata que não faria a troca, apesar da lotação. “O metro ainda é bem mais rápido e confortável que qualquer ônibus. E embora aconteçam panes, é melhor que o trânsito paulistano”. Se pudesse dar uma nota ao sistema, a estudante daria pontuação oito. “Ele é rápido, seguro e confortável, mas pelos probleminhas causados e pela superlotação tiraria dois pontos”, brinca.

Investimentos

Linhas estão em fase de ampliação ou em projeto

Na contramão das reclamações da população, o governo estadual afirma que tem investido pesado na melhoria do sistema. Conforme anunciado, com a adequação, será possível transportar 4,5 milhões de passageiros pelo sistema de metrô em 2010.

De acordo com o governo paulista, desde 2007 até o próximo ano, o Metrô receberá investimentos de R$ 11,36 bilhões, destinados para a ampliação e modernização do sistema. Os recursos fazem parte do projeto “Expansão SP” que prevê recursos de R$ 20 bilhões para melhorar os sistemas de transporte de São Paulo.

Estão em construção três novas linhas, outras quatro em fase de projeto. Além disso, 41 novos trens complementarão a frota (cinco já foram entregues) e 98 composições passarão por uma reforma completa. Isso, para o governo, aumentará a abrangência do serviço ampliando a qualidade do sistema.

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