Pendência judicial que paralisou ramal até o Barreiro é resolvida, e máquinas podem voltar a operar
Mais uma promessa para o metrô de Belo Horizonte: em visita dia 15 de setembro à linha 1 (Eldorado/Vilarinho), deputados federais da Comissão de Viação e Transporte informaram que a construção do ramal Barreiro/Calafate pode ter início ainda neste ano. Segundo a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), a obra, contratada em 1985, estava com um impedimento legal desde 2003, quando a Companhia Brasileira de Trens Urbanos rompeu o contrato com a empreiteira Mendes Júnior, sob alegação de superfaturamento. A empresa entrou com recurso judicial e, há cerca de 40 dias, teve decisão judicial favorável, que determinou a reativação do contrato, uma vez que ficou comprovado que não houve irregularidades.
Assim, a construção do ramal pode ser iniciada imediatamente, desde que haja liberação, por parte do Ministério da Casa Civil, de R$ 50 milhões previstos no Orçamento da União para o ramal. A Mendes Júnior informou que aguarda a definição dos novos prazos de entrega do empreendimento (que depende de acertos entre Estado e União) para se posicionar sobre o assunto.
Segundo o relator da Comissão de Viação e Transporte, Leonardo Quintão, os deputados da comissão pretendem se reunir nos próximos dias com a ministra Dilma Rousseff para pressionar o governo federal a liberar os recursos. "Como a verba está prevista no orçamento de 2009, ela pode ser liberada ainda neste ano, e a obra começar de imediato", afirmou o deputado. A reportagem entrou em contato ontem com o órgão, mas ninguém se pronunciou.
Os R$ 50 milhões iniciais mal dão para iniciar a linha 2, orçada em R$ 400 milhões. O prolongamento do ramal até a região hospitalar custaria mais R$ 1 bilhão. A estimativa é que o trecho Barreiro/Calafate tenha uma demanda de 100 mil usuários por dia. A expectativa da CBTU é que a obra fique pronta um ano depois de seu início.
Os parlamentares se reuniram com deputados estaduais, vereadores e com a direção do Metrô BH na sede da CBTU, no bairro Floresta. De lá eles seguiram, de metrô, da Estação Central até o terminal Eldorado, em Contagem. A viagem foi feita por volta das 12 horas, e os deputados não presenciaram superlotação dos trens, comum nos horários de pico. Segundo o presidente da comissão, Jaime Martins, o principal objetivo da visita da comissão foi "sintonizar os discursos das várias esferas governamentais".
No entanto, quando o assunto é a proposta feita pelo governo do Estado de regionalização do metrô e operação por parceria público-privada, os deputados federais mineiros da comissão não se entendem. Para Martins, o melhor caminho é manter o metrô nas mãos do governo federal: "A obra toda depende de um investimento muito grande, de R$ 6 bilhões. Dificilmente a iniciativa privada arcaria com isso". Já Leonardo Quintão defende a regionalização: "Já temos até o compromisso do governo federal de assumir todas as dívidas da CBTU, caso o Estado assuma o sistema. Com a regionalização, teremos condições de priorizar a linha 2".
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